Soja sobe quase 30 pts em Chicago e portos superam os R$ 90 no disponível Destaque

Escrito por  Ago 17, 2018

Os preços da soja voltaram a subir de forma expressiva no mercado brasileiro, especialmente nos portos do país, com a disparada dos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago no pregão desta quinta-feira (16). Os ganhos passaram de 3% - com as principais posições subindo quase 30 pontos - e levando o novembro/18 aos US$ 8,96 por bushel.

Em Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 92,00 por saca e alta de 1,10%, enquanto a referência fevereiro/19 chegou a R$ 84,50 com alta de 1,81%. Em Rio Grande, os ganhos foram ainda mais expressivos, de 4,9% para o disponível, que ficou em R$ 92,00, e de 5,44% para o setembro/18, encerrando o dia com R$ 93,00 por saca.

No interior do Brasil, as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas subiram mais de 1% e os preços já voltam a oscilar no intervalo de R$ 74,00 a R$ 80,00.

E embora tímida, a alta do dólar frente ao real nesta quinta-feira também ajudou a fortalecer os preços da soja no mercado interno. A moeda americana voltou aos R$ 3,90, terminando o dia com alta de 0,12%. A cena externa mais leve e alguma cautela com o quadro eleitoral foram fatores de estímulo à divisa.

"Começou a temporada de boatos, que vai até a definição do presidente", declarou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer, à agência de notícias Reuters, ao explicar o nervosismo que tomou conta dos negócios no começo da tarde e fez o dólar abandonar a queda e passar a subir ante o real, antes de se acomodar. "O mercado primeiro reage e depois reavalia", disse.

Mercado Internacional

A informação de que China e Estados Unidos retomarão suas negocições em torno da disputa comercial no final do mês trouxeram um novo fôlego ao mercado.

"No meio do pessimismo provocado pela crise da Turquia e Relatorio USDA baixista, o mercado está reagindo hoje com rumores de que a China está enviando uma delegação para os EUA com o intuito de tentar um acordo dentro da atual guerra comercial EUA/China", explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.

Assim, o contrato novembro/18, que é o mais negociado nesta momento, já era negociado a US$ 8,93 por bushel, enquanto as posições um pouco mais distantes já retomavam o patamar dos US$ 9,00 por bushel e o março/19 valia US$ 9,16.

"Enquanto o fim dessa guerra tarifária ainda não aparece no horizonte, o fato de os dois lados voltarem a conversar e retornarem à 'mesa de barganhas' é o primeiro sinal positivo em semanas", disse o analista sênior do portal Farm Futures, Bryce Knorr.

Além dessa volta das negociações, o mercado vê ainda navios norte-americanos chegando ao porto de Dalian, como noticiou a Reuters internacional nesta quinta. Esse já é o segundo nesta semana. "O descarregamento ocorre após a saída do navio Peak Pegasus do mesmo porto, depois de descarregar sua carga de 70 mil toneladas de soja dos EUA", diz a Reuters.

Ainda no front da demanda, os traders também receberam o anúncio de uma nova venda de soja dos EUA para o Méxio, de mais de 150 mil toneladas da safra 2018/19 e viu as vendas semanais para exportação com números dentro do esperado, de acordo com dados trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Da safra velha, os EUA venderam 133,4 mil toneladas de soja, contra expectativas que variavam de 100 mil a 400 mil toneladas. Do total, a maior parte foi destinada ao Irã. No acumulado da temporada, as vendas chegam e 58.688,4 milhões de toneladas, contra mais de 61 milhões do ano passado, mas já superando a estimativa total do USDA de 57,43 milhões de toneladas. A China fez um novo cancelamento de 3 mil toneladas.

Da safra nova, as vendas americanas somaram 571,6 mil toneladas, com a maior parte adquirida por destinos não revelados. Os traders esperavam algp entre 300 mil e 700 mil toneladas.

Os Estados Unidos venderam ainda 339 mil toneladas de milho da safra 2017/18, contra projeções de 300 mil a 600 mil toneladas. A maior parte é destinada ao Japão. Assim, o total já comprometido é de 60.260,4 milhões de toneladas, e a estimativa do departamento para todo ano comercial é de 61,12 milhões de toneladas.

Ao lado das notícias positivas, segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado passa por um movimento técnico de correção depois de "baixas maiores do que o necessário ontem".

As cotações buscam manter algum suporte diante de boas informações de demanda e da necessidade de uma manutenção dos preços para que a nova safra americana não seja ainda mais inviabilizada, como diz Brandalizze.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

 

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