No caso específico do milho, nas últimas cinco safras, segundo dados do USDA, as exportações do milho brasileiro passaram de 24.1 milhões de toneladas em 2017/18 para 45 milhões de toneladas em 2021/22, com aumento de 85% no período. “Para 2022/23, a estimativa do USDA é de 47 milhões de toneladas. Isso garante uma participação brasileira de 26% no mercado mundial de milho”, destacou o diretor da SNA.
“O Brasil é um fornecedor sustentável de milho para o mundo”, disse Fava, acrescentando que, pelas informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 1991 a 2021, a produtividade nas lavouras de milho cresceu 144%; a área aumentou 47,4% e produção cresceu 260%.
Por outro lado, o especialista defendeu investimentos em pesquisa e genética para a obtenção de milho mais precoce e mais tolerante à seca e lembrou que “os custos de produção e de arrendamento precisam cair”.
Etanol
Nesse contexto, Fava destacou que o etanol de milho “é um mercado em ascensão para geração de energia e empregos, seguindo o modelo da sustentabilidade. “O Brasil deverá produzir em torno de 9.7 milhões de litros de etanol de milho em 2030/31”, disse.
Cenário positivo
Para a safra de milho 2022/23, o diretor da SNA indicou que “o cenário no Brasil é muito positivo”. Segundo a Conab, a área de cultivo será de 22 milhões de hectares, sendo 4.5 milhões de hectares na primeira safra e 17.6 milhões de hectares na segunda.
“O plantio é realizado nas mesmas áreas ocupadas anteriormente pelas culturas de verão, principalmente a soja, sem necessitar da abertura de novas áreas, o que constitui um diferencial importante de sustentabilidade”, disse Fava.
A estimativa de produção total para a atual safra de milho, de acordo com a Conab, é de 125.5 milhões de toneladas, 9% acima do período anterior (2021/22), com produtividade média em torno de 5.7 toneladas por hectare.
Produção mundial
Nas últimas cinco safras, a produção mundial de milho saltou de 1.08 bilhão para 1.21 bilhão de toneladas, com aumento de 12,5% nesse período, resultado que, segundo Fava, reforça a demanda pelo cereal no planeta.
“A forte demanda tem derrubado os estoques globais. Entre as safras de 2017/18 e 2021/22 os estoques de milho no planeta caíram 10%, passando de 340 milhões para cerca de 310 milhões de toneladas, segundo dados do USDA. Para 2022/23 a estimativa é de algo em torno de 300 milhões de toneladas”.
Para 2022/23, a estimativa é de que sejam produzidas em torno de 1.17 bilhão de toneladas, em nível global, o que representa uma queda de 4%, “principalmente em razão de problemas climáticos nos EUA e na Europa”, explicou o diretor da SNA. “O Brasil está em terceiro lugar no ranking dos principais produtores de milho na safra 2022/23, atrás dos EUA e da China”.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção global do milho para 2030/31 deverá totalizar 1.33 bilhão de toneladas, ou seja, 128 milhões de toneladas a mais em comparação a 2022. “São 15 milhões de novas toneladas de milho ao ano e 60% dessa produção vai para consumo animal”, destacou Fava.
Estimativas
“Em 2030/31, o Brasil estará produzindo 140/150 milhões de toneladas de milho, e participando com mais de 10% da produção global. E segundo o USDA, serão cerca de 65 milhões de toneladas exportadas pelo País, um aumento de quase 40% em relação a 2022/23”.
Fonte: Doutor Agro
Equipe SNA