Especialistas pedem que Brasil preste mais atenção à China para melhorar a parceria entre ambos os países Destaque

Escrito por  Dez 16, 2019

Especialistas chineses e brasileiros debateram nesta sexta-feira no Rio de Janeiro o futuro da parceria entre a China e o Brasil e pediram que o lado brasileiro preste mais atenção à China, o maior parceiro comercial do país.

Tendo como tema "O Futuro da Parceria Estratégica Global China-Brasil", o seminário, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e organizado pela Escola Brasileira de Economia e Finanças (EPGE) e pelo Consulado Geral da China no Rio de Janeiro, teve como objetivo aprofundar a compreensão mútua, compartilhar experiências de governabilidade e sustentabilidade de cada país e impulsionar os intercâmbios econômico, comercial e cultural para promover uma parceria estratégica.

Segundo o professor de Direito da FGV, Evandro Menezes de Carvalho, "a parceria estratégica entre Brasil e China foi assinada em 1993. O Brasil foi o primeiro país a assinar uma parceria estratégica com a China e, em 2004, se converteu em uma parceria estratégica global."

"O objetivo dessa parceria é o desenvolvimento econômico, a promoção do diálogo e da paz, o comércio, o multilateralismo. É uma parceria crucial porque a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com um fluxo de comércio de cerca de 100 bilhões de dólares anuais, no qual o Brasil tem um superávit de 30 bilhões de dólares", disse Carvalho, destacando que, por outro lado, "Brasil teve um deficit comercial com os Estados Unidos em 2018."

Coordenador do Núcleo de Estudos China-Brasil da FGV e especialista em Direito chinês, Carvalho recordou que "a China também é o maior investidor no Brasil e tem dado sinais objetivos de que quer estender e aprofundar sua cooperação e relação com o Brasil, participando do desenvolvimento do país."

O especialista ressaltou a grande transformação vivida pela China nos últimos 40 anos. "Quem visitar a China ou quem já foi fica surpreso com o desenvolvimento do país", comentou.

Para ele, o Ocidente tem que observar e aprender para entender melhor a cultura oriental.

Por sua vez, o diretor e professor da EPGE, Rubens Penha, destacou a importância que a China ganhou para o Brasil nos últimos anos, nos quais ultrapassou os Estados Unidos e a Europa como principais parceiros comerciais.

"Observamos como as exportações brasileiras aos EUA, de 2000 a 2018 que representavam entre 20 e 25% do total das nossas exportações passaram para entre 10 e 15%. A mesma coisa aconteceu com as importações. Um comportamento de queda tanto de exportações como exportações com os Estados Unidos", comentou.

"Se olharmos para a zona do euro, é o mesmo processo. De 2000 a 2018, a percentagem de exportações caiu de 25 para 15% , assim como as importações, o que significa que o comércio com os EUA e com a Europa diminuiu ao longo dos últimos 20 anos", acrescentou.

"No caso da China, vemos o contrário. Uma participação minúscula em 1999 e, hoje em dia representa algo superior a 25% das exportações brasileiras e cerca de 20% das importações e está crescendo", ressaltou.

O especialista considera "necessário que o nosso ensino médio olhe para outras partes do mundo e não apenas o Ocidente. Há que se ver menos a história da Revolução Francesa e mais o que acontece no Oriente, sua história".

Sobre o comércio bilateral, afirmou que "a pauta de exportações brasileira está muito concentrada em produtos básicos, enquanto a chinesa incluiu muito mais tecnologia" e defendeu que se faça "mais pesquisas para que nossos produtos tenham mais tecnologia, mais capital humano qualificado para tentar aumentar o PIB e as exportações. Temos que fazer os deveres de casa mais intensamente", concluiu. (publicado por Xinhua, agencia estata chinesa).

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