Rafael Gama Junqueira do Val (Gerente de Produtos Agronômicos da Cibra) Rafael Gama Junqueira do Val (Gerente de Produtos Agronômicos da Cibra) Imagem: Arquivo Agrolink

Especialista revela práticas sustentáveis de fertilização do solo para garantir agricultura sustentável e meio ambiente preservado Destaque

Escrito por  Dez 05, 2023

Por: Agrolink -Aline Merladete - O Dia Mundial do Solo, é celebrado anualmente no dia 5 de Dezembro e foi implementado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2013 com o intuito de alertar para a importância de existirem solos saudáveis que devem ser geridos de forma sustentável.


Em uma entrevista exclusiva com o Portal Agrolink, Rafael Gama Junqueira do Val, Gerente de Produtos Agronômicos da Cibra, comentou sobre práticas sustentáveis de fertilização do solo, destacando a importância do "manejo 4C". Essa abordagem se concentra na escolha da fonte correta, na dose correta, na época correta e no local correto, proporcionando uma visão holística que abrange aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Ao detalhar o conceito do "manejo 4C", Junqueira do Val enfatizou que a escolha da fonte correta de fertilizantes visa maximizar a eficiência dos nutrientes aplicados, enquanto a dose correta visa garantir que as plantas absorvam o máximo possível. A sincronização da aplicação na época correta e no local correto completa o quadro, buscando otimizar a absorção e minimizar o desperdício de recursos.

A abordagem 4C, ao integrar considerações econômicas, sociais e ambientais, destaca-se como uma estratégia abrangente para promover práticas agrícolas sustentáveis, buscando o equilíbrio entre eficiência produtiva e preservação ambiental.

Quando questionado sobre a escolha entre fertilizantes orgânicos e sintéticos, trouxe uma perspectiva esclarecedora. Ele ressaltou que fertilizantes sintéticos têm sua origem em fontes orgânicas, como o nitrogênio presente no ar e os minerais encontrados em rochas. Portanto, ambos os tipos de fertilizantes têm uma base orgânica, e a escolha entre eles deve considerar fatores como disponibilidade, custo e impacto ambiental.

Já em relação aos desafios na gestão da fertilização em diferentes tipos de culturas e regiões, Junqueira do Val, destacou a complexidade do cenário agrícola brasileiro. Ele enfatizou a importância do conhecimento detalhado do solo, clima e práticas agrícolas locais. O especialista salientou que não há uma solução única, e a personalização do manejo, levando em consideração a variabilidade do solo e as demandas específicas das culturas, é fundamental.

Leia a entrevista com Rafael Gama Junqueira do Val, Gerente de Produtos Agronômicos da Cibra na íntegra

Portal Agrolink: Pode destacar algumas práticas sustentáveis de fertilização do solo, que visam preservar a qualidade do meio ambiente e garantir uma produção agrícola saudável ao longo do prazo?

Rafael Gama Junqueira do Val: Eu gosto muito da proposta do manejo 4C, o que que tem dentro desse manejo 4C? Ele fala sobre a fonte correta, na dose correta, na época correta e no local correto. Quando nós juntamos essas quatro pecinhas do quebra-cabeça, ou esses quatro pilares dentro do sistema de cultivo, nós observamos que, olhando por esse parâmetro, nós estamos olhando questões econômicas, sociais e ambientais. Então, quando nós escolhemos a fonte correta do fertilizante, nós estamos buscando a máxima eficiência daquele nutriente que eu estou colocando.Quando eu falo da dose correta, eu também estou buscando que as plantas consigam absorver o máximo. De nutrientes possível dentro daquele sistema que ela está inserida que ela consiga produzir o máximo que o potencial genético dela é permite e ao mesmo tempo que eu não estou desperdiçando nenhum tipo de recurso durante esse processo quando nós falamos da época correta nós estamos falando de colocar o fertilizante a nutrição naquele momento mais crítico que a planta demanda ou mais próximo daquele momento crítico que a planta demanda para que justamente essa função da fonte e da dose trabalhem em conjunto e a gente consiga entregar esse máximo potencial produtivo que nós estamos comentando além disso por último mas não menos importante nós falamos do local correto que é justamente posicionar esse fertilizante com as condições de trabalho que eu tenho com a com a efeito que eu vou buscar daquele fertilizante que eu tô posicionando ali no local. Para que a planta ela absorva isso e nós consigamos o máximo de retorno daquela prática que eu tô adotando. Então eu gosto muito desse aspecto do 4C porque ele potencializa a eficiência daquela nutrição que eu tô colocando, levando em conta todos esses fatores que nós comentamos, então fatores ambientais, econômicos, sociais. E a ideia é promover um balanço entre esses nutrientes para que o meu solo possa proporcionar uma riqueza de nutrientes para as plantas se desenvolverem da melhor maneira possível. Então esse é um ponto que eu gosto sempre de trazer para os nossos clientes, para os nossos parceiros de negócios, uma vez que é visto que esse balanço entre esses 4Cs vai proporcionar uma maior eficiência daquela tecnologia que o produtor está buscando.

Portal Agrolink: Como a escolha do tipo de fertilizante orgânico ou sintético pode influenciar a saúde do solo e a qualidade dos alimentos produzidos?

Rafael Gama Junqueira do Val:  Essa é uma pergunta muito interessante porque quando nós falamos de fertilizantes sintéticos é importante a gente lembrar que a origem desses fertilizantes todas são orgânicas. Então quando a gente fala do nitrogênio que vai dentro de uma areia, de um sulfato de amônia, por exemplo, o nitrogênio ele vem do ar, então nós respiramos nitrogênio também. A gente fala que o ser humano respira oxigênio, mas nós também respiramos nitrogênio, então ele está presente naturalmente no nosso meio, assim como as reservas de fósforo e potássio que são rochas de origem também mineral, estão presentes no solo.

Portal Agrolink: Quais são os desafios enfrentados na gestão da fertilização de solo em diferentes tipos de culturas e em diferentes regiões geográficas, levando em consideração fatores como clima, tipo de solo e práticas agrícolas locais?

Rafael Gama Junqueira do Val:  Essa é uma pergunta bem complexa, porque envolve várias questões aqui que nós precisamos pensar. Mas de maneira geral, quando nós observamos a variabilidade de solos que nós temos no Brasil, nós conseguimos entender que não existe uma única solução para todas as situações, levando em consideração que cada cultura tem uma demanda diferente e cada solo vai ter um comportamento diferente também em relação à disponibilidade de certos nutrientes. Então é muito importante o produtor conhecer muito bem a sua lavoura. Tudo começa pelo zelo. Então quanto mais zelo, quanto mais. Mais cuidado a gente aplicar por hectare, maior o benefício a gente vai ter daquilo que a gente está colocando. Então eu preciso conhecer muito bem o meu solo, eu preciso conhecer as condições climáticas que eu estou direcionando para trabalhar com aquela cultura. E aí quando a gente fala de clima, a gente não fala somente de chuvas, tem que levar em consideração o fotoperíodo, que é o que é o tempo de disponível naquele período do ano. Existem culturas que são extremamente sensíveis para isso, então nós precisamos levar em consideração a melhor janela de plantio. Existe altura também, altitude que influencia, por exemplo, o café. Nós sabemos que café ele precisa de certa altitude para que ele produza bem. E o que isso quer dizer? Quer dizer que ele precisa talvez de dias quentes e noites, mais ou menos, para que ele consiga produzir bem, consiga produzir um café de sabores e de qualidade diferente. Em consideração o produtor precisa conhecer muito bem a sua região entender o clima entender altitude e entender aquela cultura que ele quer introduzir se faz sentido para aquela região que ele está posicionado então conhecendo esses diversos aspectos aí começam outros desafios porque como a gente falou anteriormente as culturas elas têm demandas por certos nutrientes em do ciclo dela então como que eu consigo posicionar esses nutrientes o mais próximo possível da demanda da cultura esse é um grande desafio porque muitas vezes nós temos áreas muito grandes ou áreas com relevo que não é favorável e momentos que às vezes está chovendo eu não consigo entrar na lavoura para fazer a nutrição então eu tenho que buscar otimizar o máximo essa aplicação de essa distribuição que eu vou fazer dos nutrientes para a planta para que eu consiga conciliar isso próximo do momento. De demanda e além disso eu tenho que entender também como é que está minha disponibilidade de maquinário minha disponibilidade de mão de obra para que eu consiga fazer esse planejamento então tudo se resume a dois grandes pontos principais conhecer muito bem a atividade então conhecer a região o solo a cultura que eu quero colocar ali naquele sistema e o planejamento quanto tempo eu vou precisar para fazer cada adubação quanto tempo eu vou precisar para fazer a distribuição desses fertilizantes e em que momento aquela cultura vai chegar naquele momento naquela demanda ou naquele pico de necessidade do nutriente para que eu possa montar um calendário de aplicações e de manejo ali para o meu fertilizante tudo isso vai contribuir para um balanço e uma programação melhor e minimizar esses desafios que a gente vê na questão de gestão de fertilizantes.

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