Sem grandes novidades, o mercado mantém as atenções voltadas para os novos capítulos das negociações entre EUA e China na busca de um acordo comercial. Paralelamente, os players irão ficar atentos ao relatório do USDA de abril, além de acompanhar os sinais de demanda pela soja dos EUA. O panorama climático sobre o cinturão produtor norte-americano neste momento pré-semeadura completa o quadro de fatores.
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Após mais uma rodada de reuniões, desta vez em solo americano, o mercado volta a ficar otimista com relação à evolução das negociações entre EUA e China rumo a um acordo comercial. O vice premiê chinês, Liu He, comentou que “um novo consenso” entre os países foi alcançado, enquanto Donald Trump vislumbra que o acordo final pode ser redigido em até 4 semanas. De qualquer maneira, este avanço não se mostra suficiente para trazer força para Chicago. O mercado espera agora por novos fatos, e não apenas “avanços”. Apesar disso, tais avanços trazem certo suporte para Chicago no curto-prazo.
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O mercado deve olhar com a atenção para o relatório de oferta e demanda de abril do USDA, que será divulgado na próxima terça-feira (09). Não são esperadas grandes novidades, mas poderemos ver ajustes nas estimativas de produção do Brasil e da Argentina, além de mudanças na estimativa de importações chinesas e nos estoques finais norte-americanos. Embora importante, o relatório não deve mudar os rumos dos contratos em Chicago, devendo trazer apenas um impacto limitado ao dia de sua publicação.
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Novas vendas de soja norte-americana para a China podem ser anunciadas nesta nova semana, embora não existam rumores de movimentações chinesas recentes nos portos do Golfo do México. A falta de novas vendas pode impedir a retomada de patamares mais elevados em Chicago, mantendo o mercado pressionado.
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Cada vez mais o fator clima norte-americano ganha importância. O excesso de umidade registrado no Meio-Oeste norte-americano neste momento pré-semeadura preocupa. Se a umidade não diminuir, podemos ter atrasos no plantio do milho, o que pode impedir que áreas maiores sejam transferidas da soja para o cereal, conforme intenção dos produtores dos EUA. Daqui para frente, atenção aos mapas climáticos norte-americanos.
Fonte: canalrural.uol.com.br
Por: Daniel Popov