Esse movimento de alta esteve atrelada à oferta limitada em janeiro. O volume captado em janeiro, por exemplo, ficou abaixo das expectativas do mercado. O índice de captação leiteira do Cepea registrou queda de 3% na média de dezembro para janeiro no país. A cotação também foi puxada pelo aumento da competição entre empresas para assegurar a compra de matéria-prima.
A menor captação neste início de ano aconteceu por diversos fatores. A estiagem no Sudeste e Centro-Oeste e o excesso de chuvas no Sul prejudicaram a atividade. Outro ponto que afetou a oferta no campo foi o desestímulo de produtores no final do ano passado, tendo em vista a queda da receita e a alta nos custos de produção.
Além disso, no encerramento do ano anterior, as assimetrias de informações e ações especulativas diminuíram a confiança de produtores em seguir aumentando a produção.
Tendência
A expectativa do Cepea é de que, em março, os preços continuem em alta, mas em menor intensidade. A expressiva valorização do leite ao produtor já no início do ano desperta alerta sobre a sustentação desse movimento.
Nova call to action
A entidade lembrou ainda que que em 2017, a oferta limitada de leite impulsionou as cotações no início do ano, mas o desequilíbrio entre oferta e demanda fez os valores despencarem a partir de junho.
“O que difere o cenário atual do daquele ano é, principalmente, o contexto econômico, que mostra recuperação do consumo e aumento do poder de compra das famílias”, disse em relatório.
De acordo com o Cepea, o aquecimento da demanda pode facilitar a absorção da valorização dos derivados e evitar que os preços no campo despenquem. No entanto, houve maior oscilação dos valores de derivados, como UHT e muçarela, na negociação entre indústria e atacado no correr de fevereiro, sugerindo certa dificuldade em ultrapassar os atuais patamares de preços.
“Se a demanda conseguir absorver a alta da matéria-prima, o ajuste da oferta pode ocorrer no curto prazo. É importante ressaltar que grande parte do rebanho brasileiro apresenta produtividade muito abaixo do potencial e que, com preços do leite em alta, há maior estímulo nutricional e aumento da produção. Além disso, a perspectiva é de preços mais atrativos de milho nos próximos meses, principalmente a partir de junho. Por outro lado, o fenômeno El Niño pode prejudicar a produção neste ano”, relatou a entidade.
Fonte: Canal Rural.