Produto para diminuir agrotóxicos em plantações de milho Divulgação

Produto para diminuir agrotóxicos em plantações de milho Destaque

Escrito por  Fev 25, 2019

Um biolarvicida desenvolvido pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) pretende diminuir o uso de agrotóxicos em plantações de milho do estado, com impactos diretos para a saúde dos consumidores e também para o meio ambiente. A expectativa é de que até o fim do ano o produto já seja disponibilizado aos produtores rurais do estado, que na safra 2018/2019 foram responsáveis por uma produção de 60,7 mil toneladas do grão, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O produto sustentável vai atacar diretamente a lagarta-do-cartucho, uma das principais pragas que afetam os milharais. “Dependendo do nível de infestação, essa larva pode afetar até 90% das plantações”, explica Josimar Gurgel, supervisor de recursos naturais do IPA e coordenador da pesquisa. De acordo com ele, essa praga possui uma alta resistência aos inseticidas químicos e biológicos e, por isso, há uma necessidade de desenvolvimento de novos biolarvicidas.

A ideia da pesquisa, que é desenvolvida em parceria com a pesquisadora visitante do IPA, Ana Porto, é produzir o biolarvicida a partir do Bacillus thuringiensis (Bt) em biorreator. “Esse Bt vai atuar diretamente no corpo da lagarta, matando e impedindo que ela cause prejuízos às plantações”. Pelos estudos feitos até agora, o tempo médio entre a aplicação do produto e a morte do inseto é de uma semana, mesma média de eficácia dos agrotóxicos utilizados atualmente. “A principal vantagem será para a saúde das pessoas e para o meio ambiente. Especialmente no Nordeste, que tem a tradição de consumo de milho verde”, reforça Gurgel.

Depois das fases laboratoriais, a pesquisa vai para a etapa de campo, onde o biolarvicida será testado nas estações experimentais. “Em seguida, vem a etapa de comercialização e a disponibilização ao produtor rural, que deve acontecer até o fim do segundo semestre, assim que tivermos informações publicáveis”, diz Gurgel, acrescentando que há uma parceria junto ao Instituto Matogrossense de Algodão para que o produto seja aplicado nos algodoeiros do estado. Segundo ele, o produto também pode ser aplicado no cultivo de mandiocas.

Produção
Pernambuco registrou uma queda de 8% na produção de milho em comparação à safra 2017/2018, quando foram produzidas 66 toneladas do grão, segundo a Conab. A produtividade também reduziu, passando de 485 quilos por hectare (kg/ha) para 446 kg/ha no ano passado. Não houve modificação na área produzida, que ocupa 136 mil ha. No Nordeste, os maiores produtores do grão são a Bahia (1,6 milhão de toneladas), o Maranhão (1,4 milhão) e o Piauí (1,2 milhão).

 

Fonte: Diário de Pernambuco.

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