O curso teve como objetivo proporcionar conhecimento prático, principalmente aos técnicos que atuam no campo, a fim de levar novas informações e tecnologias aos produtores rurais. O assunto foi abordado pelo especialista em estresse térmico em vacas leiteiras, Israel Flamenbaum, que possui PhD pela Hebrew University of Jesuralém e foi diretor por 16 anos da área da bovinocultura leiteira do Ministério da Agricultura de Israel. A tradução simultânea foi do médico veterinário, especialista em gestão de fazenda de leite Adriano Siqueira Seddon, que introduziu no Brasil o sistema compost barn. Esse sistema visa reduzir custos de implantação e manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos provenientes da atividade leiteira.
O sistema de resfriamento de vacas leiteiras pode ser implantado em pequenas propriedades rurais ou em fazendas de grande porte. O intuito é melhorar o bem-estar dos animais, ampliar a eficiência e aumentar o padrão e qualidade de vida do empresário rural. De acordo com Flamenbaum, ao adotar esse sistema em Santa Catarina a produção expandiria em 1.500 litros por vaca/ano, os custos alimentares diminuiriam em 10% em função da melhoria da eficiência alimentar e haveria avanço na fertilidade das vacas pela redução no intervalo entre os partos, fazendo com que cada animal tenha incremento da rentabilidade.
“Nossos cálculos comprovam que podemos melhorar o retorno de cada vaca em Santa Catarina em aproximadamente R$ 1,2 mil. Então, se considerarmos a introdução do sistema de resfriamento e sua utilização correta, a produção catarinense de leite poderia ampliar em até 300 milhões de litros/ano, com incremento da renda do produtor em até R$ 230 milhões/ano”, ressaltou o especialista.
Para o resfriamento adequado de uma vaca é necessário investir o valor aproximado de R$ 1,5 mil para aquisição de equipamentos. Além disso, o custo operacional em energia, água e mão de obra será de R$ 150 por animal. “O retorno desse investimento se dá em até dois anos, por isso ao considerar o custo-benefício conclui-se que não há outra tecnologia que possa ser utilizada nesse setor que agregue tanto valor e que tenha retorno tão rápido quanto o resfriamento de vacas”, analisou Flamenbaum.
O desafiou, segundo o especialista, está relacionado a falta de conhecimento sobre a maneira adequada em utilizar o sistema e nas vantagens proporcionadas, principalmente, na eficiência e rentabilidade. “O objetivo do curso foi transmitir conhecimentos e treinar os profissionais para que possam usar essa tecnologia para obter bons frutos, afinal é necessário resfriar as vacas durante todo o ano e em todas as fases de lactação tanto para vacas secas quanto em vacas em lactação”, comentou.
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