O fechamento da empresa, segundo o Sindicarne-PR, “é um reflexo amargo da crise instalada no setor industrial da carne bovina nos últimos anos, gerada pela combinação de uma extensa lista de fatores negativos: aumento de custos, fuga de matéria-prima para outros estados, desidratação do consumo interno, além da perspectiva sombria de aumento da carga tributária”, aponta o documento.
Segundo a entidade, “o cenário mercadológico da carne bovina paranaense já era adverso quando ocorreu o reconhecimento do estado do Paraná como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação e a consequente imposição de medidas sanitárias restritivas à entrada de animais provenientes de outros estados onde a vacinação continua sendo adotada. Este quadro abalou fortemente a dinâmica da cadeia pecuária bovina estadual, gerando crescentes dificuldades e prejuízos aos frigoríficos paranaenses”.
De acordo com as informações divulgadas pela assessoria de imprensa do Sindicarne, os números confirmam o agravamento da situação. Somente em 2020, ano de início das restrições sanitárias, o êxodo de bovinos para outros estados (principalmente São Paulo) passou de 150.000 cabeças, impossibilitando aos frigoríficos paranaenses obterem as escalas de abate necessárias para rentabilizar minimamente suas operações. Esse patamar recuou ligeiramente em 2021, mas voltou a subir com ainda mais força em 2022.