Cachaça baiana com mais de 200 anos de tradição encanta pelo sabor Destaque

Escrito por  Dez 16, 2019

A qualidade e a tradição da Cachaça de Abaíra já são antigas conhecidas de quem aprecia a aguardente brasileira. Desde de 2014 as características tão peculiares do produto são atestadas como exclusivas da região da Chapada Diamantina, Bahia, por meio do registro de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a primeira IG entregue a um produto do Estado.

O reconhecimento coroou o trabalho da Cooperativa dos Produtores de Cana e seus Derivados da Microrregião de Abaíra (Coopama) e da Associação dos Produtores de Aguardente de Qualidade da Microrregião de Abaíra (Apama), que iniciaram, em 1998, um processo de fortalecimento da marca.

“Contamos com vários órgãos de apoio, dentre eles o Sebrae, que implantou uma estratégia de ação e nos permitiu trabalhar com gestão e resultados. Foi possível contratar consultorias e capacitações para que cada produtor tivesse a dimensão das responsabilidades e pudesse entender que o selo é uma garantia de qualidade, procedência e visibilidade”, explica o presidente da Apama, Evaristo Carneiro.

História
A Chapada da Diamantina testemunhou relevantes momentos da história do Brasil, como o ciclo do garimpo e a era do coronelismo. Atualmente, a economia regional é baseada no turismo e na agricultura, com destaque para a produção da famosa cachaça artesanal da Microrregião de Abaíra.

Os primeiros habitantes da Chapada da Diamantina foram os índios. No século XVII, chegaram os negros e os portugueses, sendo gradativamente povoada por comunidades quilombolas e grandes fazendas. Não tardou para a
descoberta do ouro e do diamante, dando início ao ciclo do garimpo, que perdurou por quase um século.

No início do século XX, o ciclo do garimpo entrou em decadência e se iniciou a era dos coronéis. A principal figura
desta época foi a do coronel Horácio de Mattos, com memoráveis participações históricas, incluindo a ligação com Lampião e a perseguição à Coluna Prestes.

A história da produção da cachaça de alambique confunde-se com a história da região, com uma tradição de mais de 450 anos. No entanto, não há um consenso sobre o início da produção de cachaça: se foi por iniciativa dos escravos ou dos senhores de engenho.

Na década de 1980, os pequenos produtores, interessados na melhoria do seu produto e de sua produção (que era a mesma desde os tempos coloniais), iniciaram um trabalho de beneficiamento e qualidade. Hoje, a cachaça produzida na Microrregião de Abaíra está entre as melhores do Brasil.

Características

A cachaça da Microrregião de Abaíra diferencia-se pelo saber fazer dos produtores, que resulta em um produto de qualidade superior. Apresenta uma graduação alcoólica levemente menor e características sensoriais peculiares, associadas à sua origem e ao controle rigoroso de sua produção, que é feito por meio de avaliação físico-química.

A levedura mais usada na produção é natural da região, a Saccharomyces cerevisiae, o que garante um produto de qualidade e melhor rentabilidade.

Monumento da cachaça no centro da cidade de Abaíra. Foto: Divulgação

Na destilação, as porções denominadas cauda e cabeça são descartadas, e somente a porção coração (que é a verdadeira cachaça de qualidade) poderá ser armazenada, envasada e rotulada com a Indicação de Procedência (IP) Microrregião de Abaíra.

A Microrregião de Abaíra fica a aproximadamente 600 quilômetros de Salvador e se caracteriza, basicamente, por uma estação muito seca dos meses de abril a outubro, e outra estação muito chuvosa entre novembro e março. A área está localizada na região da Chapada Diamantina, abrangendo parte dos municípios de Abaíra, Jussiape, Mucugê e Piatã.

Fonte: Sebrae

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