Orgânicos ganham escala Destaque

Escrito por  Mar 19, 2020

Cada vez mais brasileiros descobrem os benefícios do consumo de produtos orgânicos. Esse mercado tem crescido a uma taxa média anual de 20% nos últimos anos, segundo a Organis, a Associação de Promoção da Produção Orgânica e Sustentável, que prevê um viés de alta também para 2020: a estimativa é de que o segmento fature R$ 4.5 bilhões neste ano.

Na esteira desse desempenho está um consumidor mais consciente dos benefícios proporcionados pelos alimentos cultivados a partir de processos extrativistas sustentáveis, com a preocupação de não prejudicar o meio ambiente, não comprometer os recursos naturais e respeitar as características socioeconômicas da comunidade local.

Além de fazer bonito na mesa e promover o bem-estar, os orgânicos são uma janela de oportunidades para quem deseja empreender. O número de unidades de produção no país aumentou 300% entre 2013 e 2018, segundo dados divulgados no ano passado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), que contabilizou 22.000 unidades regularizadas.

Esse terreno fértil levou o casal carioca Jorge e Fernanda Pedroso, advogados de formação, a sonhar com um projeto de produção de orgânicos. Em 2015, dois anos depois de comprar o sítio Terra Mahalo, na região serrana de Teresópolis, eles investiram R$ 700.000,00 no preparo da terra para o cultivo de legumes e verduras em 30.000 metros quadrados, área que representa cerca de 30% da propriedade.

Hoje comercializam 50 caixas de produtos por semana, divididas entre um local de retirada coletiva no Largo do Machado, no Rio (25%), entregas em domicílio na capital (25%), subsistência da família, empregados, criações e compostagem (30%) e A Mercearia (20%), loja de orgânicos que fica no bairro de Agriões, em Teresópolis, e é abastecida semanalmente por itens de cultivo sazonal.

Espaço colaborativo que reúne Fernanda e três sócias, a loja consumiu R$ 30.000,00 em investimentos há menos de dois anos, capital recuperado em cerca de 18 meses. Além das hortaliças e verduras, o local comercializa os pães da Purus Panis, de fermentação natural orgânica, méis, azeites, conservas, kombuchá e outros produtos.

A expectativa é de crescimento desse mercado, opina Fernanda, que deixou de advogar para se dedicar aos orgânicos. “Recusamos pedidos todas as semanas, por não ter produção suficiente, nem braço de distribuição. Agora vamos focar no desenvolvimento do site e rever a questão logística. Uma parada estratégica para estruturar nosso crescimento”, informa.

Shitake como Escola

No Vale das Videiras, na região serrana de Petrópolis, fica outro centro de produção de orgânicos, que nasceu do cultivo de shitake em toras de eucaliptos, em 2014. O projeto levou o estudante de Ciências Aeronáuticas Diego Silverio, que sonhava em ser piloto de avião, avoarem outras direções. Ele chegou a comercializar 200 Kg do cogumelo por semana, mas “apanhou muito” até entender que não tinha as condições ideais para manter o negócio.

A experiência na área o ajudou amontar outro projeto, coma parceria de seus pais. Em 2018, a família adquiriu a Fazenda Javary e começou a produzir hortaliças, além de investir num sistema agroflorestal, que reúne plantio de alimentos sustentável e área de floresta, onde cultivam bananas, romãs e tubérculos. O investimento inicial, sem considerar a compra da terra, foi de R$ 40.000,00, aplicados em logística, marketing e infraestrutura.

A produção atual atende a 100 famílias por semana, que podem fazer assinatura/sacolas nos tamanhos P M-G ou escolher os produtos num formulário com pedidos avulsos. As assinaturas custam, respectivamente, R$ 264,00 (nove itens), R$ 328,00 (12 itens) e R$392,00 (16 itens), com quatro entregas mensais. As sacolas avulsas saem por R$ 66,00 (P), R$82,00 (M) e R$ 98,00 (G).

Nos planos de Diego, está a captação de recursos para ampliara distribuição e adquiri rum anova câmara fria para conservara produção. “Nós trabalhamos com parceiros locais. Eu percebi o quanto era importante ter foco e montar um time para trabalhar. Essa era a questão mais difícil”, disse.

Fonte: O Globo

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