Com as mudanças climáticas que tivemos, o cafeicultor que dizia entender e saber como lidar com o cafeeiro terá que ser inovador, tornar-se especialista da sua lavoura, pois as mudanças climáticas estão sendo diárias, ou seja, deverá aprender diariamente com o seu cafeeiro.
Em 2020 o produtor precisa ficar atento com alguns detalhes: time de maturação, monitoramento dos talhões e dos fungos que muitas vezes passam despercebidos, mas lá na frente no beneficiamento até a prova, vem a surpresa.
Os fungos correspondentes aos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusarium podem surgir com:
· o acumulo de água no fruto
· seca de ponteiro
· sereno que fica por mais tempo no fruto
· café de chão
· rachadura da casca
· período de chuva na safra
· pós-colheita
Na maioria das vezes o fungo é branco por fora do fruto, mas por dentro encontramos na semente outro, com uma cor de rosa chamado paquetado, que quase sempre na hora da prova resulta em uma xícara com sabor riado ou rio.
Em 2019, vi uma coisa muito rara de se ver, pude acompanhar uma lavoura nova com altitude acima de 1.100 metros, na parte do talhão onde tinha uma maior incidência de vento apareceu o fungo branco, 3 dias depois o fungo verde cobriu totalmente o branco.
Como esse talhão foi separado por conta desse fungo, os grãos que foram fermentados no pé, na hora da prova do lote, surpreendeu o produtor pois era de alta qualidade, os grãos sofreram uma leve fermentação e obtiveram a nota de 84 pontos.
Uma dica: em relação aos fungos, esses que citei impactam negativamente na qualidade da bebida, lembrando que o problema não vem apenas da lavoura, ele surge também no pós-colheita, via úmida, café despolpado, natural e terreiros de cimento e terra. Tais fungos afetam além da qualidade da bebida, afetam inclusive o aroma e sabor do café.
CAFÉ POINT