Por: Agrolink -Seane Lennon - O lançamento do Radar Agtech Brasil 2023, realizado de forma híbrida na sede da Embrapa em Brasília, trouxe à tona uma surpreendente ascensão no cenário das startups agro, com destaque para um impressionante crescimento na Região Norte do país.
As primeiras ações e movimentos propostos pelo novo governo brasileiro acenderam um sinal de alerta, despertando a preocupação de alguns segmentos da economia nacional. Dentre eles, o agronegócio está no centro das atenções.
“Ainda há muitas incertezas em relação às perspectivas nas tratativas dos assuntos pertinentes ao agro nessa nova gestão presidencial, mas continuaremos a defender os interesses do segmento, sempre privilegiando o diálogo e o bom senso para as tomadas de decisão”, enfatizou Antonio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), na abertura do evento promovido pela entidade, no dia 30 de janeiro, no Hotel Renaissance, em São Paulo.
“É fundamental que todos os players do setor atentem para as questões que envolvem o agro, principalmente agora quando se inicia um novo governo”, disse a Alvarenga para a plateia composta por membros da Academia Nacional de Agricultura, da SNA e de importantes líderes e representantes do setor, convidados a debater o momento atual do agronegócio e propor ações futuras em prol do segmento.
Segundo o presidente da Academia e da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Caio Carvalho, questões como competitividade, produtividade e sustentabilidade devem estar na pauta de toda e qualquer discussão que envolva a cadeia do agronegócio nacional.
“Há, no momento, certa preocupação, pois nessa fase de transição temos deparado com algumas ‘agressões’ ao agro. É preciso uma ação rápida e conjunta de todas as entidades do setor para que as coisas não saiam dos trilhos”, observou Carvalho.
A preocupação não faz parte apenas do cotidiano das entidades de classe, mas também tem ocupado a mente de uma parte fundamental da cadeia produtiva do setor: os produtores. Atento a esse movimento, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, deixou claro que a defesa dessa classe é um dos principais objetivos da entidade.
“Quem trabalha no segmento tem de conhecer o agro de hoje. É preciso deixar claro que vamos defender os interesses dos produtores a qualquer custo”, destacou o executivo, chamando a atenção para a necessidade de trazer para o agro outras instituições, como os bancos, por exemplo.
Ainda na ocasião, os participantes do encontro debateram a necessidade de união da classe e de diálogo com o governo. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ressaltou a importância de as lideranças do agro estreitarem o relacionamento com os governadores dos estados. “É preciso uma aproximação com o Parlamento, além de usar a força dos governadores. Mais do que isso, é preciso que a classe esteja unida, de forma consensual, ou seja, precisamos falar e agir em uníssono em prol do segmento”, pontuou.
Para o também ex-ministro Antonio Cabrera, os próximos quatro anos serão bastante difíceis e é preciso, além do diálogo, que os representantes do agro se unam em busca dos interesses comuns.
“O protagonismo no agronegócio brasileiro incomoda muito, não só aqui, como em outros países, principalmente na Europa. Por isso, precisamos aprender a falar com os consumidores europeus e quebrar esse dogma em relação aos produtos brasileiros”, salientou.
O evento também foi marcado pela cerimônia de posse de dois novos membros da Academia Nacional de Agricultura, o Secretário Extraordinário de Projetos Estratégicos do Governo de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, e o vice-presidente de Relações Internacionais e Coordenação da Cadeia Produtiva do CNPC (Conselho Nacional da Pecuária de Corte), Sebastião Costa Guedes.
Afif Domingos destacou alguns pontos que ele considera fundamentais para que o agro continue sendo o setor mais importante para a economia nacional. “Para mantermos essa premissa, é preciso que tenhamos uma união menos setorial. Também temos de olhar mais para os pequenos produtores, pois são eles que têm a força e a mobilização em massa”, avaliou o secretário, que ainda fez referência às ameaças ao agro nesse novo governo. “É o perigo que nos levará à vitória”, profetizou.
Já Costa Guedes destacou a importância da valorização dos produtos oriundos do agronegócio nacional, tanto no Brasil quanto no exterior. “Temos de acreditar na qualidade daquilo que a gente produz. Esse é um dos caminhos para aumentarmos a credibilidade do nosso agro aqui e lá fora”, arrematou o vice-presidente do CNPC.
Também participaram do encontro o Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Antonio Julio Junqueira de Queiroz; o ex-deputado federal Jerônimo Goergen; o ex-ministro das Cidades, Márcio Fortes; o pecuarista e proprietário das Fazendas Sant´Anna, Jovelino Mineiro; o presidente da Agroconsult, André Pessoa; o engenheiro agrônomo e professor sênior de agronegócio global do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Marcos Jank; o presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp/Cosag, Jacyr Costa Filho, além de outros representantes de entidades de destaque na cadeia do agronegócio nacional.
A Monarch Tractor comparou o desempenho de seu trator elétrico e um modelo convencional a diesel e estimou uma economia de R$ 14,7 mil em combustíveis, além de redução de 15 toneladas em emissões de CO2, ao ano.
O estudo ocorreu na vinícola Wente Vineyards, na Califórnia, Estados Unidos, mas, segundo a publicação especializada Future Farming, não considerou alguns fatores.
Entre eles os custos de investimento, depreciação e manutenção de um trator elétrico, bem como a variação nos preços de combustível e da eletricidade ou condições climáticas que afetam a vida útil da bateria e o consumo de combustível.
Ainda assim, segundo a própria publicação, o teste de desempenho da Monarch dá uma boa indicação de como um vinhedo pode reduzir custos com a implantação de um trator elétrico.
Elétrico x diesel
O teste de campo visou quantificar quanto as fazendas podem economizar com uso de eletricidade em lugar de combustíveis fósseis. A empresa realizou uma operação de poda com o trator elétrico e um a diesel da John Deere. Ambos maquinários operaram com segadeira giratória em um vinhedo em fileiras lado a lado.
A Monarch relatou o estado da carga de bateria e os níveis do tanque de combustível diesel antes e depois da operação. O trator a diesel e o Monarch Tractor alternaram linhas até a operação ser concluída, pouco mais de 7 horas depois.
O trator elétrico terminou a atividade com 18% de carga restante da bateria. A partir disso, a Monarch quantificou quanto a Wente Vineyards poderia economizar em combustível e emissões anualmente, com uma duração média anual de 1.000 horas por trator.
Na somatória geral, o trator elétrico economizou US$ 2,56 em combustível por hora de atividade (descontado o custo da energia) e deixou de emitir 15,14 quilos de CO2 por hora. Deste modo, o equipamento, traria economia de US$ 2.655,71 (ou R$ 14,7 mil) em combustíveis e 15 toneladas em emissões de CO2 durante um ano.
Como o modelo da Monarch custa a partir de US$ 50 mil, ou seja, cerca de R$ 278 mil, o retorno no investimento levaria quase 19 anos, se considerada apenas a economia de combustível.
O Monarch não é o único trator elétrico, por isso, também separamos outros modelos de maquinários elétricos pelo mundo.
Elétricos no Brasil
um exemplo é a startup YAK Tratores Elétricos, que recebeu, em novembro de 2020, um investimento seed de R$ 1,2 milhão por meio do programa Finep Startup, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações (MCTIC).
A empresa catarinense foi fundada em outubro de 2018 com vistas ao grande potencial no mercado de tratores elétricos. “Até então só existiam grandes esforços em pesquisa e desenvolvimento de veículos elétricos de uso convencional, como carros e motos”, comentou João João André Ozório, um dos fundadores.
Por essa tendência, o AgEvolution trouxe alguns exemplos de tratores elétricos, suas vantagens e desafios a partir da opinião de especialistas.
Por: AGROLINK -Seane Lennon - A Inteligência Artificial (IA) é uma poderosa ferramenta capaz de cruzar fontes de dados distintas e extrair padrões para construir insights difíceis de serem alcançados manualmente. Nos últimos dois anos, os sistemas ou máquinas que mimetizam a inteligência humana ganharam ainda mais espaço no agronegócio, auxiliando empresas a aplicarem estatística avançada para aprender e predizer fenômenos futuros, a partir de dados obtidos.
De acordo Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, provedora de serviços de TI e transformação digital, as ferramentas de dados podem agregar muito valor, criando um repositório único com informações de operação e produção, já permitindo uma análise de indicadores completa e ágil, mas IA vai além. “No agronegócio, consegue predizer produção de lavouras, ranquear fatores de influência que ajudam ou não no crescimento de animais, otimiza a logística de distribuição de insumos e produtos acabados, dentre muitas outras coisas. Em toda a cadeia produtiva, onde quer que haja a captura ou manipulação de algum dado para uma tomada de decisão, é possível utilizar a tecnologia e a inteligência artificial para promover mais agilidade no processo, eficiência e elevar a performance”, pontua.
Com o barateamento de tecnologias, causado pela alta procura após a pandemia, o setor, considerado carente, está se abrindo aos benefícios. As empresas antenadas na nova onda, geralmente, buscam soluções de digitalização e sensoriamento.
Conforme Vinicius, o agro é uma atividade quase “artesanal” exigindo muita mão na massa e o "olhar do dono". As empresas do setor agora buscam aprender com a sabedoria de especialistas e, através de sensores e inteligência artificial, criar ferramentas que facilitem e antevejam problemas para acionamento de uma força tarefa no campo. “O Brasil é o país do agronegócio e suas dimensões fazem com que toda a atividade seja amplamente diversificada e pulverizada. O grupo de produtores é heterogêneo, quando falamos de desenvolvimento tecnológico. Temos desde produtores com uma operação familiar e pautada em anotações em papel, a mega produtores com granjas e plantações controladas por sensores e drones. Os grandes desafios estão pautados em uma mudança de cultura, um acesso a baixo custo às novas tecnologias, com um programa de capacitação. Sobre esse último ponto, ainda há regiões do país com pouco acesso à internet”, explicou.
As soluções mais buscadas são as que automatizam tarefas manuais de preenchimento de dados, ou seja, digitalização, e também sensoriamento e acompanhamento de crescimento de lavouras e animais em granjas, tudo isso conectado à uma central com ferramental de IA embarcado. “Segundo dados do Radar Agtech Brasil 2020/2021, o país possui 1.574 agtechs – startups focadas no agronegócio. Durante a pandemia, e com a maior necessidade de digitalização, o setor apresentou um crescimento de 40% , em comparação com os anos anteriores. Isso mostra o quanto o setor está aberto a essas mudanças e disposto a incorporar novas soluções nas empresas”, disse Vinicius.
A transformação digital no agronegócio promove mais eficiência no processo. A agilidade e capacidade de tomada de decisão antecipada traz ganhos na produção e permite uma extração de máximo proveito da atividade exercida. Além de um ganho de performance, há ganho em qualidade de vida ao produtor, que afasta um pouco o trabalho manual e passa a acompanhar painéis e ferramentas com poder de antever e notificar situações de risco, tornando rara a atuação humana. Trabalhando de forma digital e com ferramentas que permitem uma produção em máxima performance, é possível criar formas mais sustentáveis de trabalho com ótimas adequações ao ESG.
A melhoria da tecnologia de conectividade com o 5G, permitindo altas velocidades e em regiões mais inóspitas, além de sensoriamento de maquinários são pontos em alta no mercado agro, e, segundo Vinícius, em 2023 estarão em ainda mais evidência. “É difícil prever onde estaremos daqui uma década. A tecnologia se reinventa todos os anos. O que podemos afirmar é que a forma de trabalho se modificará muito, e teremos cada vez menos trabalhos manuais e repetitivos. Certamente, também veremos a Inteligência Artificial entrando no setor em todos os níveis da cadeia, desde plantio até o alimento na mesa para o consumidor final”, conclui.
A Embrapa está lançando uma nova cultivar de alface. A BRS Mediterrânea é do tipo crespa de folhas verdes e chega como alternativa para suportar as mudanças climáticas. A alface é tradicionalmente uma hortaliça de clima ameno por isso foi necessário muita pesquisa para o melhoramento genético que transpusesse essa barreira.
Os dois primeiros anos do governo de Donald Trump incluíram uma “enxurrada” de políticas e ações que afetaram a indústria agrícola norte-americana, segundo John Stewart, gerente de assuntos governamentais para a American Feed Industry Association (AFIA). Ele disse ainda que o surgimento de uma nova lei agrícola, da renegociação acordos comerciais e o aumento a tensão com a China sobre as tarifas acabaram tendo efeitos no setor.
As empresas japonesas Mitsui & Co., Ltd e Ishihara Sangyo Kaisha Ltd., mais conhecida como ISK, decidiram investir em uma parceria tendo como alvo a brasileira Ourofino Química Ltda. Na ocasião, as asiáticas anunciaram a compra de 25% das ações da Ourofino, apostando em um mercado cada vez mais em crescimento no País.
O climatologista Luiz Carlos Molion conversou com o Notícias Agrícolas para discutir a divulgação feita pelos institutos internacionais a respeito da ocorrência do El Niño no verão de 2018/19. O IRI/CPC divulgou que existe uma chance de 95% de estabelecimento do fenômeno. Como conta Molion, essa previsão é feita a cada 15 dias, mas com base nos resultados de 18 modelos dinâmicos e oito modelos estatísticos. Cada modelo traz um resultado diferente, a partir dos quais é feita uma média geral e é colocada uma probabilidade. Para o climatologista, esse método seria questionável, já que "nenhum modelo estatístico consegue acertar o El Niño", segundo ele.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) começou a receber nesta quinta-feira (2) as inscrições para participar da 2ª chamada pública de Compra Institucional para aquisição de açúcar produzido pela agricultura familiar. Os interessados têm até o dia 13 de agosto, às 12h, para enviar as propostas.
O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV-EESP, Roberto Rodrigues, ressaltou no Global Agribusiness Forum (GAF 2018) a importância do Brasil para fornecer alimentos para o restante do mundo. "O Brasil tem de crescer 40% na produção de alimentos em 10 anos para que o mundo cresça 20%", disse.