De Salvo fez a moderação do painel, que contou também com a participação de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Mas principalmente para fora, para que essas ações se tornem um marketing positivo de todas as nossas atividades, que são feitas de forma sustentável e correta. Precisamos repetir nossa narrativa várias vezes para que o mundo comece a conhecer o que o Brasil tem a oferecer em soluções para muitas das questões que estamos discutindo aqui na COP.”
Painel COP-27: Políticas de Adaptação e Mitigação dos GEEs
A chefe da Divisão de Clima e Agropecuária Sustentável do Mapa, Eleneide Doff, falou sobre o Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária 2020-2030 (ABC+), voltado ao desenvolvimento sustentável da agricultura, mitigação das emissões dos gases de efeito estufa e à transformação da agricultura brasileira.
O ABC+ é a segunda etapa do Plano criado em 2010 e encerrado em 2018, com a implantação de tecnologias de baixa emissão de carbono em 52 milhões de hectares e a mitigação de 170 milhões de toneladas de CO2eq.
"O ABC se tornou uma das políticas mais bem sucedidas do mundo no setor agropecuário. Devido às lições aprendidas na primeira etapa e aos novos desafios internacionais e novos compromissos do Brasil é que foi lançado o ABC +, com uma abordagem integrada da paisagem e trazendo uma produção mais sustentável, resiliente e produtiva."
Alexandre Barcellos, diretor de Desenvolvimento de Cadeias Produtivas no Mapa, abordou a proposta do ministério para criação do Programa Brasileiro de Carbono Verde. Segundo ele, o potencial tecnológico do setor agropecuário brasileiro permite ao Brasil poupar terra com boas práticas agrícolas e acumular carbono no solo, gerando créditos.
"Nossa proposta é criar uma plataforma de registro onde os produtores e instituições certificadoras colocariam suas informações possibilitando a disponibilização desses créditos e informações relativas a esse projeto. Estamos prontos para, efetivamente, fazer uma composição de políticas com o ABC+ dando todo o arcabouço legal para esses créditos obtidos. "
Barcellos ressaltou que o programa terá alguns objetivos específicos como promover as cadeias produtivas descarbonizantes, definir linhas básicas de certificação e estabelecer regulamentos para o mercado de carbono voluntário e o futuro mercado de carbono regulado. "Criaremos um mercado transparente de créditos de carbono gerados pela agricultura."
A adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono promove mais renda ao produtor rural, explica o auditor fiscal federal agropecuário, Sidney Medeiros.
"O ABC tem um diferencial porque é uma relação ganha-ganha e, no processo de convencimento do produtor, mostramos que ele estaria migrando para uma tecnologia que traria mais renda e, ao adotar essas tecnologias, a gente garante ao produtor que ele será mais resiliente e adaptado à mudança climática, além de contribuir para o país cumprir as metas de redução de emissões."
As vantagens de adotar essas tecnologias também foram destacadas pelo coordenador da Assistência Técnica e Gerencial do Senar, Rafael Costa. Segundo ele, a adoção, associada à assistência técnica, já recuperou mais de 90 mil hectares e reduziu em 2,3 toneladas por ha/ano as emissões de CO2eq.
“A gente conseguiu mostrar que um solo e uma pastagem bem manejados e uma lotação adequada transformam o solo em uma superfície de armazenamento de carbono, que é fundamental para redução das emissões dos gases de efeito estufa."
Costa também defendeu que a produção de alimentos em áreas com tecnologias ABC gera mais renda para os produtores. Ele citou ainda a meta de projetos do Senar, como o Paisagens Rurais, que pretende alcançar mais de 100 mil hectares com produção de carne, leite e derivados,além da meta de outros projetos em recuperar mais de 20 mil hectares de vegetação nativa. De acordo com Costa,
a Assistência Técnica e Gerencial do Senar já beneficiou mais de 220 mil produtores rurais e a meta para os próximos anos é atender mais 200 mil.
"Para isso, a parceria entre as entidades é importante para que o produtor continue a cumprir com seu dever."
O presidente da Faemg, Antônio de Salvo, reafirmou que o Brasil é parte da solução para a adaptação às mudanças climáticas.
"Não estamos exportando só alimentos, estamos exportando nosso potencial da agricultura ABC para outros países que queiram copiar o que estamos fazendo de forma correta. Espero que continuemos seguindo no caminho certo para que as populações mais carentes do mundo possam ter acesso aos alimentos necessários e para a manutenção da sustentabilidade e do equilíbrio climático."
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