Contudo, o produtor brasileiro deve ficar atento para as perspectivas apresentadas para o próximo ano. Com a possibilidade de acerto entre as duas principais potências mundiais, 2019 pode trazer diminuição nas exportação, especialmente no caso da soja. “Nós vamos ter que entrar já exportando muita soja para satisfazer o apetite da China e dos outros países da Ásia. Não vamos exportar mais os 82,5 milhões de toneladas porque eu duvido que essa situação com os Estados Unidos vai continuar assim. As estimativas de soja são de 73 milhões de toneladas e milho, que sempre exportamos perto de 30 e esse ano vamos exportar 18 milhões de toneladas, nós vamos tentar exportar 31 milhões de toneladas no ano que vem”, avalia Mendes.
MILHO
Já para o cenário do milho, a expectativa é de mais dificuldades, principalmente com a questão do tabelamento dos fretes e da grande quantidade do grão que já estão em estoque. “O escoamento de maneira geral foi tranquilo, mas alguns grãos muito importantes, como o milho, sofreram com o tabelamento do frete. O milho não aguenta esse preço, o preço normal já é extremamente pesado e se você coloca um adicional no tabelamento você praticamente inviabiliza o milho. Vamos carregar esse problema para 2019, eu não vejo como vamos resolver esse problema do milho no ano que vem, que ainda teve um estoque muito grande de passagem”, comenta Sérgio Mendes.
FRETE
Para o diretor da Anec, será fundamental que o tabelamento dos fretes seja revisto pelo governo durante 2019. “Vamos ter que sentar juntos e ver o que pode ser feito. O que se fazia há anos atrás, principalmente para o milho que tinha um preço internacional que não pagava os fretes, você tinha aqueles leilões promovidos pela Conab em que você pagava melhor ao produtor por essa diferença do frete. Quem tem cacife para isso é o governo. Os componentes dessa cadeia o produtor, o transportador e o exportador não tem espaço para pagar essa conta. Não tem como conviver com essa tabela de frete. Os nossos competidores lá fora devem estar se divertindo com isso porque eles sabem que é impossível”.
Por: Carla Mendes e Guilherme Dorigatti/ Notícias Agrícolas